sábado, 28 de março de 2009

Aveiro | A persistência da memória ...

"Todas as pontes do mundo não te podem salvar se não houver nenhuma margem do outro lado" - Silverchair in "The World Upon Your Sholders"

Nada mais sobrevalorizado que a memória. Nenhuma distância mesurável entre a mudança das pessoas e as impressões que delas queremos manter. Nada mais ingénuo ou mais egoísta: querer que nada mude sem o nosso consentimento, querer avisos prévios, querer mudar o curso das coisas. Nada mais tentador do que a megalomania. Tão próprio da condição hmana. Manter fechados num punho sovina e calcificado, os gestos de quem já não se lembra dos seus próprios gestos nem do que eles significaram quando se materializaram, quando abandonaram o pensamento e se descreveram no ar. Deve-se pensar antes de agir.

quarta-feira, 18 de março de 2009

London Central

This time I'm writing in English with a reasonable good reason to do so, so stop right there with the snob-related adjectives. I resent those. See this is a PC with no regular portuguese thinguies (from 'things') like those thinguies we put on top of some of our letters to make the words sound like they should and prevent them from sounding something completly different from what we wanted, you wouldn't want to be a writer in this latin wire-crazy verb system. In this cathegory we can also count those things (no, these are really 'thinguies', unexplainable thinguies like those upside-down triangles with no base we see in Polen or Russia or something else much much more accurate) under our "c" to make them sound "ss". Like my name, which is not "Franca" but "Fran(ss)a". This confused the hell out of the police officer when I went to Camden Town police station to report I had been roubed. That's it. Now I'm extending my stay (correct terms? I don't know and I most certanly don't care) and I'm here until my passport arrives because Ryanair folks don't accept police reports with an large seccion on how I couldn't possibily have any Photo-ID's due to the fact that well... I was in Camden and had the audacy to look away from my wallet for 3 minutes. I should have known better...

Well, I was rushed from one street to another, from mental-institution-like directions to advices on how to get a bus with someone shouting in the back that a bus was completely unnecessary. I finally got to the police and was finally told to write down a description of my wallet and its contents. By the time I got out I rushed to London Astoria 2, the venue, with my life-saving report ready to be brushed in some moody and intolerant bulldog-faced guys that go by the name of "pub secutity staff". I had to see 36 crazyfists play. Really. I had. I flew. I LEFT THE COUNTRY TO SEE A SHOW. Saved a bunch of cash for it (cash I waited till last day to change to pounds was I to need anything urgent and couldn't rush to a cash machine and was inside my rather lovely vintage black leather purse).



"The London Astoria 2 has been closed for the past 6 months"
"... Oh reeeeeeaaally?", I tried to make my voice sound perfectly normal. Yes, it was pretty really. Ok then, back to Electric Ballroom in Camden. (WHY THE FUCK WOULD TICKETMASTER GUYS SEND ME AN E-MAIL SAYING THAT THE VENUE WAS NO LONGER ELECTRIC BALLROOM BUT LONDON ASTORIA 2?!?!?!)

I colapsed once a very nice guy said I could go in. I really did. My chest pumped a million times and then shortness of air and all. It was the best Friday ever.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Aveiro | Quem cala pode não consentir...

Não fosse a rigidez que me tolheu os movimentos e o silêncio de vácuo que se ocupou de todo um raciocínio como se estivesse dentro de uma redoma a ver as outras pessoas mexerem-se com alguma destreza ainda que lenta a mim negada teria dito qualquer coisa semelhante a isto:


"A iniciativa em questão é louvável, mas isso é óbvio. O que não será tão óbvio é o quão pouco conhecemos os alunos, ou, para mim, os colegas, com que passamos mais do que muito mais tempo do que na nossa casa. Estes cadernos servem como depósito de textos que agora estão presos a uma altura em que tudo se está a tornar mais difícil para os jornais e para os jornalistas. Pior, para o Jornalismo. Estas são as iniciativas do tipo das que fazem história e depois estão nos museus e dizemos "Olha, um exemplar original da Presença" porque mudaram alguma coisa na época que fez mudar os seus colaboradores. Não vamos fazer a mesma diferença que os cronistas de há 30 anos faziam com as palavras que não podiam dizer, não vamos usar os silêncios, aos quais já deixamos de estar circunscritos vai para 35 anos, como conduta para o protesto mas o Jornalismo não vai acabar. No futuro assistiremos a outras inovações para nós tão ground-breaking como foi, por exemplo, o florescimento dos blogs mas o Jornalismo não vai acabar. O Jornalismo é o entreposto entre as pessoas e os poderes vigentes, é, por definição, a actividade de informar, descodificando e tornando as acções dos que nos regem inteligíveis e, consequentemente, questionáveis. Serve para trazer ao escrutínio os homens que decidem todos os dias o destino do nosso país independentemente da forma de que se revista.

É para este objectivo que concorrem os trabalhos de mais uma edição dos nossos cadernos."

... Mas não disse nada.