segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Coimbra | Winds of change

Estaria tudo em ordem não fosse essa mania funambulesca das famílias em querer, de repente, que os filhos cheguem a horas e se sentem á mesa como se assim fosse o hábito. Um berreiro pouco frutífero e nada dignificante Vem p'rá mesa Mas eu lanchei tarde ia sair para jantar com o pessoal do curso lá mais p'rás dez Vem p'rá mesa. Seja. Então e porquê hoje? (pergunta desencadeadora) Porque nunca estás em casa a horas normais, porque já não nos sentamos a comer e ver televisão e a falar há mais de um mês, porque pegas numa maçã e sais de casa, porque vais tomar café ás 5 da tarde e voltas depois das duas da manhã, se achas isso normal...

O que eu não acho normal é vir comer quando não se tem fome. E sugar da pivot do telejornal o nosso tema de conversa. O que não acho normal é ter que repetir os trabalhos designados pelos professores para este semestre pela décima terceira vez e ter que responder que ainda não sei se vou ou não fazer mestrado, não sei se em Lisboa ou no Porto.

Depois de teres experimentado o conforto de ter o que quer que seja que queiras ter é impossível ser feliz com metades. É como quando comes a côdea toda do pão antes de comer o meio mal cozido e estaladiço e depois te pedem uma trinca daí, onde está a maior parte do fiambre e mais queijo derretido. Passar tanto tempo e penar para veres o teu momento de glória usurpado por terceiros. E em vez de mandar a boa educação e o consenso ás urtigas, compadeces-te com o Outro, o Normal, a acontecer diante de ti e pensas: "Nunca em tempo algum vi alguém negar uma trinca de um lanche." ... E se, de facto, não houve ninguém antes? ... Se não viste ninguém antes, se não foi ali que, se não é o lugar para, se não é a altura de,

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