domingo, 23 de novembro de 2008

Aveiro, 23 de Novembro 08 | Words of sunday morning...

... Depois de outro Sábado, barulhento e esgotado em todos os sítios e de todos os ângulos, é a apreensão que vem substituir a morrinha laça dos Domingos dos outros ditos saudáveis . De mim ausente, principio mais um exame de consciência. Não fica uma ferramenta mais útil com o tempo porque eu nunca conto a mim mesma todas as partes da história. Umas estão debaixo de uma luz constante e quente, outras estão do lado oposto do passeio e espero que não venham perguntar-me como vai a vida.

Vou comer ao meu sítio de sempre ( até quando irei lá para me sentir em casa?), a faltar muito pouco para as quatro da tarde como sempre.
- Posso sentar-me?
(a tua mão desce pelo meu braço até á minha mão e apertas a minha palma em concha entre o polegar e os outros dedos)
- Onde quiseres.
Não sei como é que nunca soubemos dar-nos uma outra tentativa. Quando me chamaste ao armazém achei que estava prestes a ouvir um sermão de um amigo "happly married", adulto e seguro. Nada disso. O meu medo não tinha razão de ser. Agora tem. Estou assustada por ter a certeza que é possível, por tão pouco, delegar ao tempo a missão de nos fazer felizes. Sem pensar mais nisso como quando se contrata um contabilista e achamos que isso é sinónimo de não termos mais problemas financeiros. Entreguei-te ao tempo. Não tenho dúvidas que te entreguei ao tempo e tu também me entregaste ao tempo mas a um tempo perdido que tu já não conjugas. Um tempo diferente do meu que afinal continuo a contar a nossa história no condicional.

O que é que o tempo vai fazer contigo não sei, espero que te faça um pouco mais egoísta e egocêntrico. Não espero viver para ver o dia em que me digas que já não te lembras de ter trabalhado na redacção de um jornal.

1 comentário:

Anónimo disse...

Fico sempre sem palavras. Isto vale para todos os textos. Tu sabes *