sábado, 29 de novembro de 2008

Em Paris...

De Le Peletier em direcção ao Palais Royal para ver o Louvre. No caminho, as esplanadas tomaram-me o olhar, são tantas e tão diferentes, todas antigas, mas todas diferentes. O café M, onde parei, é meio negro, meio alaranjado nas paredes. Fiquei cá fora a ouvir Piaf nas colunas. A sério que se passou assim: passava Piaf no primeiro sítio onde parei.
As mesas cá fora são de madeira e os bancos de verga entrançada. Pendurada por cima de cada mesa está uma resistência que me aquece por inteiro, como aquelas das casas de banho. Sabe-me sempre tão bem o calor, qualquer um. Este então, nesta cidade tão fria, independentemente de toda a gente, de todos os segredos, de todo o sangue, da grande parte da História e das estórias que lhe pertecem.
Os pequenos arbustos estão por todo o lado - estão mesmo quase em cima das mesas, nos canteiros que ajudam a praça a tornear os seus limites.
Gosto de Paris porque se come tarde, porque se vive o dia vivo até mais tarde, porque às dez ainda posso ir lá abaixo ao mini mercdo da fruta. Porque se fuma muito. Porque nada precisa de frigorífico com o tempo que está.

Tudo é verde e bordeau, o chá é servido em bolsinhas toscas de sarrapilheira e o açúcar é prensado em forma de corações, áses de ouros e flores de lis.
Tenho uma admiração renovada por quem cortou com esta cidade os laços do que aqui lhes poderia ter acontecido.

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