quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Coimbra, 13 de Novembro 08 | Conversas frias ...


Nunca mais tive os sonos reparadores que tinha antigamente. Nem agora, nesta casa nova, virada á Sé Velha, com colchão de pessoa e meia assente no chão á moda dos lofts nova-iorquinos. Pagava para me dizerem de que é que preciso porque não sei. É um grão na engrenagem que não sei como lá foi parar nem sei como de lá o tirar. Ligaste-me e puseste-te a enrolar, a enrolar com conversas com utilidade prática. Uma conversa tão verdadeira que não pude reconhecer-lhe um interesse velado, não pude reconhecer-lhe nada além do que foi.
- Quando compraste aquelas sapatilhas pela net pediram-te o código de segurança do cartão de crédito?
- Pediram.
- O que é isso? Só vejo aqui um número grande, separado de quatro em quatro. É o último?
(Porque é que haveria de ser o último?)
- O que tu tens é um cartão de débito e não de crédito.
- Ah… o quê?
- Sucede que só podes fazer contas na internet com um cartão de crédito, sabes, aqueles com que fazes compras e só pagas no fim do mês uma percentagem pré-estabelecida sobre o montante gasto.
(Fiz de forma a ouvir-te dizer: )
- O quê Ana? Pareces a tua mãe.
( Oh Deus a falta que me faz o conforto de ter que te explicar tudo. Por estes dias contento-me em ser o teu entreposto com a Caixa Geral de Depósitos, onde a minha mãe trabalha).



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