domingo, 21 de dezembro de 2008

Aveiro | Agora que tudo é consciência...

Hoje fui á festa de Natal da minha irmã mais nova. As actuações do costume, num pavilhão com poucas condições, jogo de luzes e som em franca dificuldade de coordenação e os miúdos, uma ternura, muito mal ensaiados. Mas a beleza da festinha nada tem a ver as variedades que as crinaças lá vão mostrar.

Os participantes estão divididos por grupos. Os mais pequeninos e depois os pré-adolescentes, de 12 anos, 13 no máximo. Atrás de mim estavam talvez 3 raparigas. As idades seriam essas. No palco, um rapaz cheio de pinta cantava o Homem do Leme. De guitarra eléctrica (ele pertencia ao grupo dos que estão inscritos nas aulas de guitarra do colégio) acompanhava, muito martirizado, a melancolia dos acordes. Olhares dirigidos ao fundo da sala onde não estava ninguém, gestos repentinos com a cabeça para afastar as madeixas louras dos olhos.

A beleza destes encontros da juventude é, para nós, seres conscientes do mundo lá fora destas idades, a angústica no seu estado mais concentrado. Uma das raparigas está a passar mal com alguma coisa. Afogueada, respiração entrecortada por soluços. Ouço as amigas "Patrícia ele disse ao Renato que não gostava de ninguém, tem calma." e a pobre diz: "Eu sei que ele gosta da Claúdia, ela vai dançar hip-hop a seguir...ela...ela...ela é bué de linda".

Se eu pudesse ainda lhe dava dinheiro para ela me dar esse sofrimento.

1 comentário:

Anónimo disse...

nem mais.