sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Aveiro | Expectativas frustradas...

Acontece todos os dias. Dos mais inofensivos ensejos matinais muito poucos são os que concretizamos durante o dia que dura sempre tempo demais. 24 horas são quantidades terríveis de desilusões ou, na melhor das hipóteses, de realizações parciais que subtraem mais do que acrescentam.

Acontece mais vezes do que aquelas que paramos para pensar nisso e ainda bem que não pensamos tanto. Uma resposta que sabiamos e não dissemos por falta de confiança nas nossas capacidades as quais questionamos mais do que qualquer professor. Um par de brincos que passamos mais tarde para comprar e já não estavam na loja. Um livro que ficámos de emprestar mas estava tanto frio para sair de casa. As nossas sapatilhas preferidas que já estºao demasiado rotas para escapar ao olhar reprovativo (e fundamentado) dos outros adultos que nos recusamos a ser.

Um amigo que fez das nossas palavras um uso que não lhe pedimos, uma confidência dita em confidência a um estranho terceiro. Aquela prenda, que até era barata e que ninguém nos comprou porque ninguém nunca nos ouve falar das coisas mais simples (e pior, das mais graves). Um trabalho para a faculdade com um tema que o professor conhece bem e para o qual nunca nos vamos conseguir documentar a tempo e horas. Uma cidade-vanguarda demasiado efervescente para o nosso léxico tradicional.

A falta de consideração de quem pensávamos gostar de nós é, contudo, a pior das frustrações. Aquela frase que pudia ser desculpável a quem não nos conhecesse tão bem. A escolha daquele sítio particular onde sabes tão bem que não quero ir. Um amigo não nos deixa aquela sensação de que nos estamos a queixar de picuinhices estéreis mesmo quando, de facto, estamos.

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